sexta-feira, 6 de maio de 2011


  Este blog é sobre uma antologia de poemas visuais, todos eles de poetas portugueses e são cinco as obras que escolhi.
  Eu escolhi poemas visuais em vez de poemas escritos em estrofes para a minha antologia porque os meus gostos identificam-se mais com esse tipo de obras. Com estes poemas pretendo desenvolver a minha sensibilidade estética num exercício de leitura dum poema visual.
  A antologia é composta por:
        -poema;
        -comentário explicativo da escolha do poema.
  A escolha dos poemas teve como critério a espectacularidade das imagens obtidas ou das mensagens.
  Esta Antologia tem como objectivo a explicação de cinco poemas mas apenas com a minha interpretação. Espero que os visitantes desfrutem deste blog ao máximo. 



Jaime Salazar Sampaio, In Antologia da Poesia Concreta


  Para a minha antologia escolhi este poema pois há um jogo entre as palavras e linhas que formam uma escada e penso que é isso que o torna tão interessante...
  Em relação a este poema penso que o seu lema é “não desistir” pois tal como o autor diz, subimos “diariamente” degraus na nossa vida para ultrapassar certos desejos e chega a um ponto em que conseguimos concretizar o nosso maior objectivo. Depois temos pontos negativos na nossa vida e neste caso o patamar atingido volta à estaca zero.
  O poeta no final do seu poema introduz a palavra “prosseguimos” o que leva a uma inspiração aos leitores para nestas fases da vida continuarem a batalhar e não desistirem dos seus sonhos e penso que o que ele quer mostrar é que temos de nos levantar de cada vez que caímos.



Salette Tavares, In Brin Cadeiras
                                                   
  Neste poema tudo começa pelas palavras “arranh”, “aço”, “arranhisso“ e “arrranha” que formam visualmente a teia da aranha, ou seja, o começo da aparição deste insecto e da sua vitalidade, depois os parêntises com a palavra “arre” neles inserida e que por sinal encontra-se virada ao contrário que tem a ver com o facto de assim nesta posição parecer os olhos da aranha. Os parêntises também servem para contornar as formas da constituição da carapaça.
  O facto de a aranha ter vários "R's" nas patas e na teia faz com que estas sejam mais consistentes a nível de imagem, ou seja, se fosse outra letra como um "n" por exemplo, a obra não seria tão bem "desenhada".
  Escolhi este poema para a antologia porque é caso de um poema visual feito mesmo com detalhes no qual o torna muito bem “desenhado” como por exemplo as “patas” do insecto.



Jaime Salazar Sampaio, In Antologia da Poesia Concreta


  Ao ler este poema associo a sua mensagem e a forma como é exposta a uma moldura de um retrato e ao fazer essa ligação obtém-se o tal “rosto de um homem” pois as palavras estão de tal maneira expostas nos limites que faz logo lembrar a forma de um  quadro e depois ao ler o poema percebe-se mais especificamente que é um retrato...
  Eu escolhi este poema para a minha antologia porque foi o que mais me fez pensar para chegar à imagem visual pretendida pelo autor, é claro que para outros leitores como vós possa ser diferente a interpretação deste poema e nem sei se a minha foi a mais óbvia ou a mais correcta mas desta antologia foi o poema visual que mais deu trabalho a interpretar e por isso deu-me um “gosto” especial ao fazê-lo. 




E. M. de Melo e Castro, 'Tontura' de 1962

  Este poema foi o que gostei mais de analisar pois entende-se bem a mensagem e penso que é uma ideia muito original, simples mas original...
  Ao lermos o poema começamos a ver inicialmente a palavra “tontura” e assim sucessivamente em forma circular, desde logo percebe-se que a ideia é provocar um a tontura ao leitor, ou seja, a mensagem do poema toca-nos de tal forma que é percebida logo de seguida e foi por este mesmo motivo que fez com que este fosse o meu poema visual favorito...
  Nas três órbitas que vêm a seguir à primeira as letras encontram-se trocadas,pelo menos do que seria de esperar (“tontura”) e assistindo a este efeito o poema visual mostra ainda mais ênfase à sua mensagem e à sua forma de comunicação pois dá mesmo a ideia de tontura.  





E. M. de Melo e Castro, 'Hipnotismo' de 1962

  
  Este poema visual foi colocado na minha antologia porque é um poema que joga com o tamanho das letras para formar a imagem pretendida pelo autor.
  Se lermos a palavra “hipnotismo” veremos que acaba sempre no “o” em que está com um maior tamanho e o que realça mais neste poema visual é o facto de as palavras formarem uns óculos e se associarmos “hipnotismo” com “óculos” obteremos uma resposta um pouco confusa, por isso penso que o que se pretende deste poema é a leitura da palavra da esquerda e depois a da direita, esta leitura vai simular o movimento de um pêndulo o que se associa ao hipnotismo e à mensagem do poema.
  Este poema foi outro que me gerou alguma confusão na cabeça pois  inicialmente associava a imagem a uns óculos mas depois de reflectir penso que a ideia será mesmo a de um pêndulo e assim facilmente se corresponde ao hipnotismo.



A minha antologia está finalizada e com este meu  árduo trabalho espero que tenha gostado...      
 

Pedro Gaspar,  nº18,  10ºB